O beijo na boca é uma prática cultural observada em quase todas as civilizações do mundo. É uma linguagem universal com conotação afetiva que se encontra em humanos, como também no mundo animal e cujo estudo se chama filematologia.

Ainda difundido há um século, o beijo na boca ainda era uma prática desconhecida para algumas culturas. O explorador britânico William Winwood Reade explicou em seu livro “Savage Africa”, publicado em 1864, que uma princesa africana por quem ele havia se apaixonado e que ele havia tentado beijar, pensou que ele queria devorá-la.

Em 1970, quase 80% das culturas conheciam e praticavam beijos na boca. Hoje, praticamente todas as civilizações experimentariam o mesmo significado que não faz parte dos costumes tradicionais de certas tribos, mas que, no entanto, têm gesto semelhante, como esfregar, lamber ou farejar o rosto.

De acordo Sheril Kirshenbaum, uma das filematologistas mais conhecidas do mundo, não se pode determinar em que momento e em que parte do mundo nasceu o beijo na boca.

“Os humanos parecem ter um desejo instintivo de se unir dessa maneira, mas o estilo e a forma dependem da cultura e da experiência”, disse ela em uma conferência.

De acordo com o ponto de vista da neurociência, somos programados desde cedo para associar as emoções positivas ao contato labial.

O beijo através dos milênios

Segundo os filólogos, os primeiros beijos na boca remontam aos textos védicos indianos, ou seja, há mais de 3.500 anos, nos quais o ato de “farejar com a boca” é claramente evocado. Alguns antigos afrescos egípcios, que datam de mais de 3800 anos, também sugerem casais se beijando na boca.

Segundo Yannick Carré, autor do livro “O beijo na boca na Idade Média”, o beijo na boca era uma prática comum entre cavaleiros.

Uma indubitável prova de amizade num momento em que tomar a mão e dormir na mesma cama era, para os cavaleiros, a mais alta marca de amizade. Era também uma grande honra dirigida por um senhor ao seu vassalo (seu servo ou companheiro).

A importância do beijo em uma relação amorosa

Um estudo realizado em 2013 por Rafael Wlodarski e Robin Dunbar, dois especialistas em psicologia experimental e evolutiva, mostrou que a função do beijo desempenhou um papel importante em um casal.

Sem estar ciente, o beijo na boca é de fato usado para avaliar a qualidade de um parceiro em potencial através das substâncias biológicas que são trocadas.

O beijo também serve para desencadear ou amplificar os sentimentos em relação a um indivíduo ou para significar um estado de excitação sexual.

Os tipos de beijo da boca

1. O beijo simples

O beijo simples é o ato de tocar nos lábios de outra pessoa e esta, por sua vez, pode estar em um contato fugaz ou em um contato atrasado.

O primeiro contato termina rápido, normalmente é o beijo entre amigos ou familiares para o cumprimento, despedida, parabéns ou reconhecimento de pertencer ao mesmo grupo.

O segundo, um contato de lábio atrasado, muito comum em filmes do passado para sugerir paixão entre os personagens, mas de uma maneira discreta na época, agora é mais comum em parceiros sexuais para cumprimentos ou despedidas efusivas, reuniões ou parabéns.

2. O beijo insinuante

Este tipo de beijo consiste em uma forma de contato curto dos lábios, mas feita de tal maneira que o desejo sexual é insinuado.

3. Beijo explorador

Nesse beijo, além de tocar os lábios de outra pessoa com seus próprios lábios, a língua é usada para entrar na boca do outro e viajar o mais longe possível.

Dadas as características desse beijo, é improvável que os dois, ao mesmo tempo, possam ser beijados dessa maneira e geralmente um é receptivo ao beijo do outro. No melhor dos casos, eles se revezam para explorações mútuas.

4. Beijo sexual

O beijo sexual nada é mais que acoplar as zonas erógenas das bocas de um e do outro e assim desfrutar do contato do outro e entrar em contato com os lábios, em uma dança cujos movimentos transmitem calor, fricção e umidade, em que os terminais sensoriais envolvidos são excitados e a excitação sexual é facilitada.

Benefícios do beijo na boca

Um bom beijo na boca é capaz de produzir uma incrível liberação de hormônios sexuais e neurotransmissores; como por exemplo a oxitocina e adrenalina; com a qual a sensação de prazer e bem-estar aumenta, o sistema imunológico é fortalecido e a depressão é evitada ou controlada.

Já foi comprovado que a troca de saliva durante um beijo entre pessoas saudáveis ​​pode aumentar as defesas contra cárie ou gripe.