Todo mundo deve conhecer a história da Arca de Noé. Em Gênesis, Noé teve que construir uma Arca, para permitir que ele e sua família sobrevivessem ao dilúvio, lançado por Deus, com o objetivo de exterminar toda a vida na Terra.

Na ocasião, Deus ordenou que Noé tirasse duas espécies de cada animal de sua arca, a fim de repovoar o planeta após o dilúvio.

Hoje, o termo Arca de Noé entrou em uma linguagem comum, pois qualifica o lar de uma pessoa com diferentes animais de uma ou mais espécies distintas.

Embora possa parecer uma prática inofensiva, a pessoa acaba se tornando vítima de sua vontade compulsiva de acomodar ou “salvar” sempre mais animais.

Confira tudo sobre essa síndrome do acúmulo excessivo de animais.

O que é a Síndrome de Noé?

A síndrome de Noé é um distúrbio comportamental muito semelhante à síndrome de Diógenes, caracterizada pelo acúmulo excessivo de animais em uma propriedade, sem fornecer cuidados básicos e adequado aos bichanos, seja na alimentação ou na higiene.

É uma forma de crueldade animal disfarçada com um aparente bom propósito de resgatar animais perdidos ou abandonados.

Na realidade, a síndrome de Noé é uma doença e constitui um grave problema de saúde pública que é pouco conhecido e pouco explicado.

Uma doença mental que não só prejudica o paciente, mas também os animais com os quais ele convive.

O acumulador se vê sobrecarregado com a situação e não controla mais seu ambiente e nem a saúde dos animais resgatados.

Muitas vezes, as pessoas afetadas por essa síndrome, são pessoas sozinhas e que vivem isoladas de sua família. Assim como na síndrome de Diógenes, há um colapso social comprovado.

É provável que esse distúrbio afete todos sexos e categorias sociais combinadas; no entanto, há uma probabilidade maior de afetar 76% das mulheres, quase metade delas com mais de 60 anos e que vivem sozinhas enquanto lutam para sobreviver.

As pessoas afetadas com essa condição se consideram benfeitores, mas muitas vezes sua necessidade de ter mais animais vem do sofrimento negado. A negação é um dos principais sintomas.

O ponto alto desse problema é que a pessoa afetada por essa doença se transforma gradualmente no que odiava desde o início: alguém que maltrata os animais.

Com o aglomerado de espécies diferentes em um espaço pequeno, os animais desenvolverão distúrbios físicos e psicológicos e as condições higiênicas se deterioram.

Quais são os sinais de alerta da Síndrome de Noé?

A síndrome de Noé é acompanhada por condições insalubres e não higiênicas que podem desencadear várias doenças.

Fezes e restos de comida, parasitas, desnutrição ou mau cheiro são algumas das peculiaridades dessa condição.

Em resumo, esses são os sinais de alerta que determinam se uma pessoa sofre da síndrome de Noé:

Acumulação de grande número de animais de forma compulsiva e excessiva.

Incapacidade de manter os animais em boas condições: A falta de higiene é geralmente uma consequência da falta de meios (tempo, espaço, recursos), mas também da incapacidade de detectar as necessidades mínimas dos animais mantidos na propriedade, o que pode resultar em um problema de saúde pública.

Negação do problema: As pessoas afetadas por esse distúrbio geralmente acham que estão fazendo um favor aos animais, uma vez que a maioria vem da rua.

Porque essa síndrome é perigosa?

A superlotação, falta de higiene e pouca socialização, produzem doenças parasitárias, infecciosas e problemas comportamentais nos animais.

Embora às vezes as pessoas afetadas tenham um orçamento para visitas e tratamentos veterinários, a solução para todos os problemas geralmente é inatingível.

Qual o tratamento da síndrome de Noé?

O tratamento da síndrome de Noé depende do motivo de seu aparecimento. Se o motivo for um distúrbio de saúde mental, é necessário o tratamento adequado para essa condição.

Isso geralmente envolve terapia, medicação ou uma combinação de ambos. Também dependerá da gravidade do caso da síndrome de Noé.

Como a pessoa geralmente se afasta do resto da sociedade, ela precisa ser ressocializada, um processo que pode ser muito difícil e nem sempre bem-sucedido. O comportamento padronizado precisa ser alterado, algo que é difícil para muitos.

Na prática, os animais precisarão ser avaliados e realojados, se possível. Seus problemas médicos precisarão ser abordados e seus problemas comportamentais considerados.

Infelizmente, a reabilitação pode ser difícil. Como muitas vezes aqueles com síndrome de Noé não entendem sua negligência, podem sentir que seus animais são amados e saudáveis. Essa separação pode ser extremamente estressante.

Isso ocorre porque os pacientes com esta condição geralmente têm um relacionamento primário com animais, não com seres humanos. Isso pode levá-los a suspeitar de alguém tentando prestar assistência.

Se a razão para o desenvolvimento da síndrome de Noé é deterioração cerebral ou demência, o prognóstico nem sempre é muito bom.

Pode ser o começo do gerenciamento da condição e da descoberta de maneiras de melhorar a qualidade de vida à medida que a degeneração continua.

Aqueles que são severos geralmente são hospitalizados ou institucionalizados em um centro de repouso. A recaída para aqueles nessas circunstâncias é alta. Muitas vezes, os cuidados se tornam paliativos.

Aqueles que recebem cuidados o mais rapidamente possível são propensos a ter uma melhor qualidade de vida. Isso geralmente envolve o apoio de profissionais ou familiares.